A forma como o trabalho é encarado indica tendências para 2023 e a palavra “disruptiva” já se consolida como base para as mudanças – que começaram em 2019. Tivemos a pandemia virou tudo de cabeça para baixo, acelerando mudanças tecnológicas e mudando a forma como todos se relacionam em seus trabalhos, mas o que o mercado nos reserva para o próximo ano?
Para Eliane Catalano, Coordenadora de Recrutamento e Seleção da RH NOSSA, o próximo ano será o primeiro desta década em que o mercado de trabalho vai se comportar dentro de uma normalidade nos empregos – com os aprendizados já incorporados.
Tudo será mais disruptivo, incluindo a saúde mental e a necessidade de um diálogo aberto no local de trabalho:
“É o que estamos observando no dia a dia e vem ao encontro do que diz a Organização Mundial da Saúde, que estimava que 264 milhões de pessoas apresentam transtornos depressivos e tendências relacionadas à ansiedade, posicionando este fator como uma das causas mais frequentes de incapacidade no ambiente de trabalho. Grande parte causado pelo home office causou esta condição, o que justifica esta conversa mais ampla a respeito da saúde mental dos colaboradores”.
O burnout e suas variantes como “millennial burnout” viraram tendência em todo o mundo nos últimos anos. 2023 será o ano em que as empresas realmente terão a missão de olhar suas políticas de saúde e segurança para evitar riscos devido ao assédio no trabalho, trabalho inflexível, má comunicação, tarefas mal organizadas e incompatíveis com as habilidades da pessoa ou sobrecarga de demandas:
“Além de uma reestruturação da política de trabalho, 2023 traz a urgência de iniciar uma conversa livre de tabus, onde líderes e gestores seniores educam pelo exemplo, com uma abordagem mais individualizada das causas dos problemas”.
E os empregos?
A automação de processos pode passar a ideia de desemprego para quem realiza tarefas repetitivas, porém, Catalano lembra que aqueles trabalhadores que conseguem se adaptar a esse ambiente de máquinas e sistemas inteligentes, como analistas e desenvolvedores, serão cada vez mais requisitados e recebem maior remuneração:
“É a valorização da capacidade de fornecer elementos diferenciadores. Fica claro que o mercado de trabalho está mudando, exigindo menos profissionais com competências processuais e mais profissionais com competências cognitivas. Na prática, temos um desafio de encontrar profissionais com responsabilidade capazes de utilizar as novas tecnologias a favor do trabalho” completa
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