Por que é tão difícil preencher vagas na indústria em 2023?

Quando conseguimos superar as restrições de trabalho geradas pela COVID-19, tivemos  uma avalanche de novos empregos com recordes no número de vagas de emprego na indústria. Essa empolgação deu uma “freada” conforme o boletim do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostrando queda na geração de empregos em relação a maio do ano passado, quando foram criados 277,73 mil empregos formais contra 155,27 mil agora.

Esta queda de 44% está relacionada com a equação contratações e demissões, é verdade, mas também escancara uma pergunta: por que é tão difícil ocupar as vagas que são sendo criadas?

“À medida que os empregadores se esforçam para recuperar a capacidade produtiva perdida durante a pandemia, novos desafios de contratação ficaram mais evidentes.  Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, as empresas se depararam com dificuldades para alguns cargos, principalmente no chamado chão de fábrica” explica Karina Pelanda, Gerente de Recrutamento e Seleção de Recursos Humanos na RH NOSSA.

Muitas indústrias modernizaram seus equipamentos e esse investimento obrigou que os gestores de recursos humanos começassem a exigir um nível de capacitação maior. Muitos equipamentos recentes já estão adaptados com novas tecnologias, aumentando o mínimo de conhecimento que estes futuros colaboradores precisam demonstrar.

“Novas máquinas com tecnologia de ponta precisam de um certo preparo e este aprimoramento deve fazer parte da formação destes profissionais. Quem deseja estar no mercado de trabalho e não tem o mínimo de interesse em conhecer novos processos e novas tecnologias em seu setor, vai encontrar dificuldades no processo de seleção”.

Falta de capacitação é problema crônico
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgou que cerca de 50% das fábricas e indústrias sentem dificuldade em encontrar profissionais devidamente capacitados. Por isso a atualização deve ser constante na opinião da especialista – para que a produtividade e a competitividade não sejam afetadas por mão de obra sem preparo.

O que muitas empresas estão fazendo para tentar ajudar e, consequentemente, se ajudarem, é criar treinamentos contínuos entre funcionários para motivar suas equipes. Porém, para quem está procurando uma nova chance, a solução não pode ser outra a não ser entender o que está acontecendo e se preparar por conta própria.

“Em muitos casos, não há tempo para este preparo da melhor forma possível, então quem fizer cursos por conta própria, um estágio, saber usar novas tecnologias para atender minimamente o que está sendo exigido, tem chances de conseguir um trabalho. Lá na fábrica, depois, esta pessoa pode se desenvolver no planejamento, mas o mínimo vai depender do próprio esforço”, completa Karina.