Mudança parece ser a palavra-chave da era em que vivemos. Com paradigmas em crise, profissões desaparecendo e outras surgindo, aprender a se adaptar é condição básica de sobrevivência. Mas sobreviver não é o suficiente para você, é?
A pergunta que dá título a este artigo é complicada, e talvez você não tenha conseguido respondê-la ainda. E é melhor mesmo que não tenha chegado a uma conclusão de maneira tão rápida. O futuro que prevemos hoje pode ser bem diferente do que o futuro que encontraremos amanhã.
Mas como lidar com essa imprevisibilidade? Aqui, uma resposta mais simples: preparando-se para ela.
A rede social do momento, o gadget em alta, a forma como nos relacionaremos, se os carros já andarão pelos ares, nada disso dá para afirmar com plena certeza em um exercício de futurologia que preveja o mundo daqui a 10 anos. Mas este, definitivamente, não é um debate que se resume a dispositivos.
Olhar sistêmico
O mundo está se transformando e, nos últimos anos, é verdade, as mudanças vêm se acelerando. Mas as coisas não viram de pernas para o ar do dia para a noite (pelo menos, não todas elas). E aqui entra a visão ampla.
Talvez você não consiga acertar um palpite sobre 2028. Mas pode olhar para o mundo em que vive hoje e captar alguns sinais. E isso não é uma teoria futurista que nasceu com o iPhone 8. Ela é, na verdade, a base da Quinta Disciplina, teoria apresentada por Peter Senge quando mal se ouvia falar de internet e quando, talvez, alguns de vocês que estão lendo este texto nem tinham nascido ainda.
A chamada visão sistêmica, segundo Senge, é o “instrumento” central para a eficiência de qualquer empresa ou profissional. É “o alicerce da organização que aprende”, como ele mesmo explica. E, portanto, a base do profissional que pretende crescer dentro de uma companhia com essas características (no futuro, as que não “pensam” e agem assim não existirão).
Mas como?
Sim, esta é a pergunta mais pertinente que você poderia fazer a esta altura do texto. Ficou claro que a visão sistêmica é o ponto-chave para compreender os movimentos de mudança e se antecipar a ela. Mas como desenvolver essa capacidade? É um dom?
Óbvio que não. É ciência. Mas não se preocupe: você não precisará desenvolver um tratado para aprender. Basta beber na fonte. Estude, viva e capture. Esse é o tripé em que você precisa se apoiar. Aprenda com os grandes mestres, porque o homem pode ter trocado a caverna por um passeio a Marte, mas as lógicas que nos regem, no fim das contas, não mudam muito (pare e pense, por exemplo: o que nos move?).
Com o conhecimento dos pensadores, mergulhe fundo no seu mercado. Conheça como as coisas funcionam na prática, vá além do script, seja crítico, avalie sempre o que faz e carregue consigo sempre o hábito de perguntar “por quê?”.
Por fim, treine seu olhar, sua visão, enfim, todos os seus sentidos, para capturar os movimentos, compreender os sinais.
Você verá que mudar não é tão difícil quando você está pronto para encarar a mudança que virá.
Fonte: Administradores