Usado por recrutadores para caçar talentos, o LinkedIn pode ser uma ótima “vitrine” para quem está desempregado e quer expor suas habilidades para o mercado.
Mas, para preencher esse espaço de visibilidade de forma realmente estratégica, é preciso entender como as empresas buscam candidatos na rede social.
A palavra-chave nesse processo é…palavra-chave.
À maneira de um motor de buscas como o Google, o LinkedIn serve como ferramenta de pesquisa por termos específicos. O recrutador pode filtrar sua busca por cargo, localização, habilidades, empregadores, ano de formação, instituições de ensino e área de atuação do candidato.
O painel de pesquisas de um headhunter no LinkedIn também inclui um campo aberto, chamado “palavras-chave”, no qual podem ser inseridos quaisquer outros termos de busca que lhe pareçam necessários.
Veja na imagem abaixo um exemplo de busca em inglês por um gerente de projetos que viva na região metropolitana de Chicago, apresente certas habilidades específicas de negócios e tenha se formado na Northwestern University ou na DePaul University. Os filtros aparecem na coluna à esquerda:
O perigo mora no detalhe: se não tiver incluído palavras-chave como “Chicago”, “gerente de projetos” e “Northwestern University” no seu perfil, um candidato que preencha todos os requisitos da vaga ilustrada acima será invisível para o potencial empregador.
Daí a importância de rechear o seu perfil com palavras-chave sobre si mesmo para atrair oportunidades, diz Fernanda Brunsizian, gerente sênior de comunicação corporativa do LinkedIn para América Latina, Espanha e Portugal.
É claro que os termos precisam ser precisos e pertinentes à sua área de atuação. “Não vale jogar um monte de palavras de forma aleatória”, explica ela. “No resumo, você precisa escrever um texto que contenha esses termos, mas que ainda tenha um nexo”.
A importância da palavra-chave é justamente o que diferencia o perfil no LinkedIn de um CV tradicional. O candidato não precisa incluir potenciais termos de pesquisa no CV — afinal, o recrutador já o encontrou. Já na rede social, é preciso dar um passo atrás e implementar medidas para ser “encontrável” em um imenso banco de dados.
O que não fazer?
Um erro clássico de quem está desempregado é preencher o campo do seu cargo atual com frases como “Em busca de recolocação”, “Em fase de transição”, entre outras. A explicação é simples: nenhum recrutador digitará uma busca como “Procuro novos desafios” para achar um candidato.
O que um desempregado deve fazer então, se também não é interessante manter o seu antigo cargo como se fosse atual? A solução, segundo Brunsizian, é colocar o nome da própria profissão (“analista de sistemas”, por exemplo) ou uma frase que descreva o seu perfil (“profissional de vendas apaixonado por social selling”).
Outro equívoco que atrapalha a sua visibilidade na rede é usar nomenclaturas específicas de um empregador para descrever o próprio cargo.
“Já vi um usuário que se definia como CDE de uma determinada empresa”, conta Alexandre Ullmann, diretor de recursos humanos da rede social no Brasil. “Descobrimos que isso significava Client Delivery Executive, ou seja, uma expressão que só aquele empregador usava e que nenhum recrutador usaria numa busca”.
O ideal é empregar palavras de uso corrente no seu mercado de atuação — nem tão específicas a ponto de se tornarem irreconhecíveis, como “CDE” e nem tão abrangentes a ponto de não dizerem quase nada sobre você, como “profissional de vendas”.
Veja um exemplo
Imagine que você busca uma vaga como gerente de contas. A dica de Ullmann é incluir em algum ponto do seu perfil algum sinônimo desse cargo, como “executivo de contas” por exemplo. Isso fará com que tanto um recrutador que busca a expressão “gerente de contas” quanto aquele que pesquisa “executivo de contas” cheguem até você.
Também ajuda ter uma versão do seu perfil em outros idiomas. “Account manager”, “gerente de cuentas” ou “directeur de compte”, por exemplo, abrem a possibilidade de ser encontrado por empregadores que falem inglês, espanhol e francês, respectivamente.
Além do cargo, as palavras que compõem o seu perfil no LinkedIn devem informar, pelo menos, localização geográfica, formação acadêmica, empregadores (atuais ou passados) e principais habilidades. “Gerente de contas”, “Rio de Janeiro”, “administração de empresas”, “Universidade X”, “Empresa A”, “Empresa B”, “inglês” e “negociação” são exemplos.
Outras típicas palavras-chave que um recrutador usaria na busca por um gerente de contas na área de tecnologia, por exemplo, seriam “prospecção de novos clientes”, “ciclo de venda”, “B2B”, Software as Service”, “SAAS” e “venda de soluções”.
Segundo Ullman, a melhor estratégia é se colocar no lugar do recrutador e se perguntar: diante de um oceano de dados, qual seria o raciocínio mais provável para buscar um profissional? O segredo é pensar como caçador — não de vagas, mas de candidatos como você.
Fonte: EXAME