Quase metade das iniciativas de empreendedorismo brasileiras tem à frente uma liderança feminina. Pesquisas internacionais mostram que participação das mulheres nas decisões e na condução dos negóciostem transformado tanto o perfil do empreendedor como o comportamento das famílias e das empresas.
A presença delas na direção das corporações é bem maior ao redor do globo, mas, no Brasil, elas já estão com plena inserção no mercado de trabalho, seja para dirigir o próprio negócio ou colocar em prática e administrar as ideias de outros empreendedores.
Um estudo feito por Nick Wilson, pesquisador da Escola de Negócios da Universidade Leeds, no Reino Unido, aponta que startups com mulheres na diretoria têm 27% menos risco de falir se comparadas com aquelas que possuem apenas homens no corpo diretivo. Segundo a pesquisa, o percentual diminui quando o número de mulheres aumenta, sugerindo que a diversidade é mais importante do que um número específico de mulheres no comando.
Dados do “International Business Report 2013”, da consultoria Grant Thornton, mostram que o número de mulheres em cargos de liderança aumentou em todo o mundo, mas diminuiu no território nacional. Entre cargos como presidente, vice-presidente e diretoria, houve um aumento de três pontos percentuais em relação ao ano passado. Já no Brasil, elas ocupam 23% da alta gestão, número similar à média mundial – no entanto, no país houve queda de três pontos percentuais. O número de CEOs mulheres subiu tanto lá fora como aqui.
Há muitas barreiras para as executivas chegarem ao topo, muitas delas impostas por puro preconceito. Ademais, as empresas ainda não são flexíveis quanto a horários e locais para as funcionárias. A proporção de mulheres ocupando cargos de CEO aumentou consideravelmente entre 2012 e 2013: subiu de 3% para 14% nos estados brasileiros.
Talita Lombardi, por exemplo, gerente geral da SaferTaxi no Brasil – startup que lançou o aplicativo para chamar táxis através de smartphones, tablets e PC -, sempre comandou equipes formadas por homens sem nenhuma dificuldade. “Tudo é postura, a seriedade e a segurança que passamos no que fazemos”, comunica a executiva.
Em sua maioria, as mulheres são atenciosas e focadas nos resultados que devem ser alcançados, além de serem mais “multitarefas” do que os homens. Para Talita, ter atenção e foco ajuda bastante na pressão do dia a dia. “Temos um olhar mais atencioso com as outras pessoas, um instinto materno que nos faz ter a responsabilidade com os funcionários. No meu caso, além dos funcionários, os taxistas, o que nos faz sermos mais líderes que chefes”, explica. Para a gerente, independente de serem homens ou mulheres, os líderes devem saber o que querem para ter sucesso.
Identificar as dificuldades e ter segurança são fatores que permitem delegar melhor as atividades do ofício. “Nós somos o elo que vai ligar o usuário à empresa, a empresa aos funcionários e, finalmente, tudo isso aos donos. Brinco que é uma orquestra e nós desempenhamos o papel de mestres”, conclui Talita.
Fonte: Administradores.com.br